A Exposição Internacional de Animais, Máquinas e Produtos Agropecuários, conhecida como Expointer, de Esteio no Rio Grande do Sul, é famosa por sua diversidade genética. Entre os bovinos, são mais de 30 raças, britânicas, continentais, adaptadas, sintéticas e zebuínas. Entre elas, apenas uma raça bovina asiática: A raça Wagyu. Japonês de origem, o Wagyu é uma raça em franca expansão no Brasil, mas para muitos pecuaristas ainda é pouco conhecida, embora bastante famosa por suas características.
De médio porte, ossatura leve, cascos resistentes e pelagem tradicionalmente preta (embora também existam os animais de pelagem vermelha) e chifres finos, a raça se adapta bem a criação em confinamento e possui boa produção de leite no aspecto habilidade materna, além de ser bastante rústica. No entanto o ponto forte do Wagyu é mesmo a sua carne, considerada por muitos como o “caviar da carne bovina” por ser diferenciada e por ser este o fator que faz a raça ser tão famosa.
No Japão, o preço médio do quilo custa o equivalente a R$ 1 mil. No Brasil, o produto é hoje o xodó de muitos restaurantes de alta gastronomia nas metrópoles do centro do país. O prato chega a custar mais de R$ 200. Isto se deve ao fato da característica da carne produzida pelos bovinos da raça, que é o elevado índice de marmorização, ou seja, de gordura entremeada nas fibras musculares, o que confere muito mais sabor e suculência à carne. Aos cruzamentos, o Wagyu transmite essa habilidade em produzir uma carne mais marmoreada e macia, seja quando utilizada com os zebuínos, ou com taurinos, onde estas características ficam ainda mais evidenciadas no abate dos produtos. Com a tendência de valorização por qualidade cada vez mais abrangente pelas indústrias frigoríficas, a uso de genética Wagyu traz a oportunidade de otimização dos lucros na pecuária de corte.
Presença em Esteio
Na Expointer, a participação tem como objetivo o fomento da raça e suas qualidades, visando mostrar aos produtores que estarão visitando o evento e especialmente, aos pecuaristas do Rio Grande do Sul e de outros países que acompanham a Expointer, como o Wagyu pode contribuir para uma produtividade de alto valor agregado em função da qualidade do produto final, além de exemplificar através de aproximadamente 15 animais expostos, a evolução zootécnica do Wagyu brasileiro.
Além dos animais ficarem expostos no pavilhão de bovinos de corte durante os nove dias de feira, os Wagyus também terão julgamento e os vencedores estarão presentes no tradicional desfile dos grandes campeões da Expointer, marcado para sexta-feira, 04 de setembro pela manhã. O julgamento ocorrerá no dia 2 de setembro, quarta-feira, a partir das 14h na pista 2 da pista central e será conduzido pelo Médico Veterinário Rednilson Moreli Góis.
Durante o evento os técnicos da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu estarão a disposição do público visitante junto ao espaço da raça no pavilhão de bovinos de corte para o esclarecimendo de dúvidas e fornecimento de informações.
Por Nathã Carvalho